sábado, 25 de abril de 2009

A SAGA DO CINEMA BRASILEIRO


Que "Bravo guerreiro"(1968) é este cinema brasileiro, anda "De vento em popa"(1957), "Filmando fitas"(1926), mesmo depois de ter passado por tantas situações "Limite"(1930) nesses 105 anos de história. Nos primórdios era como seguir "No rastro do El-dorado"(1925), em busca do "Tesouro perdido"(1927), "Ao redor do Brasil"(1932) retratando "Coisas nossas"(1931). Era a aventura dos pioneiros realizadores itinerantes, "O desafio"(1965) do "Descobrimento do Brasil"(1937) para o próprio povo brasileiro. Ainda bem que tiveram esta "Audácia"(1970). Como "Aves sem ninho"(1939) largaram o "Asfalto selvagem"(1964) e ganharam "A estrada"(1955) "Fazendo fitas"(1935) no "Cenário da vida"(1931). Provando que nosso cinema não era "Fogo de palha"(1926) surgem os ciclos regionais disseminando a nova arte por toda "Pátria brasileira"(1917). "Vou te contá"(1958) que era apenas o início de uma "Alvorada de glória"(1931) nos preparando para os "Verdes anos"(1983) que estavam por vir. Estávamos frente ao "Canto da raça"(1942) ¾ "O cangaceiro"(1953), "A caipirinha"(1950), "A caiçara"(1950), "O João ninguém"(1937), "El justiceiro"(1967), "Os cafajestes"(1962), "O camelô da rua larga"(1958), o "Metido à bacana"(1957) e, até mesmo "Os deuses e os mortos"(1970) ¾ todos ganharam voz nas salas de exibição espalhadas por nosso território. "Alô, alô, Brasil!"(1935) "Agüenta o rojão"(1958) que o nosso cinema começava a viver o seu "Grande momento"(1958). "Luz apagada"(1953), projetor ligado e a "Maioria absoluta"(1964) do povo brasileiro lotava as sessões da Chanchada e dos filmes da indústria paulista. Acho que "Nunca fomos tão felizes"(1983). A "Opinião pública"(1967) e o cinema nacional viveram um "Duo de amor"(1909). "Sai da frente"(1952), que nas calçadas dos cinemas as filas dobravam o quarteirão: "Aviso aos navegantes"(1950)"Como Deus castiga"(1919) quem não chega cedo para o "Carnaval da Atlântida"(1952), "Claro"(1975), fica de fora da festa! "Nem Sansão, nem Dalila"(1954), agora, era chegada a hora da entrada em cena do Cinema Novo... "Não adianta chorar"(1945), pois nosso cinema perdia a "Inocência"(1915) e sacava seus "Fuzis"(1963) para acordar a "Mocidade inconsciente"(1931) que vivia "À margem"(1967) do "Brasil verdade"(1968). "Sai de baixo"(1956) que nossos filmes vão mostrar "Corações em suplício"(1925), "O vale dos martírios"(1925) dessas "Vidas secas"(1963), enquanto uma minoria estava "Nadando em dinheiro"(1952)... "Onde estás, felicidade?"(1939) A "Terra em transe"(1967), feito "Brasa dormida"(1928), sofrendo por "Culpa dos outros"(1922). Nosso "Destino em apuros"(1953). "É proibido sonhar"(1943). Haveriam "Cabeças cortadas"(1970). E nos anos da ditadura militar o nosso cinema era um "Cabra marcado pra morrer"(1984). Muitos de nossos cineastas tiveram que dizer "Bye, bye Brasil"(1979). O "Paz e amor"(1910) "Orgulho da mocidade"(1928) cedeu lugar à "Perversidade"(1921), à "Tormenta"(1930), à "Fatalidade"(1953), ao "Bang, bang"(1970), ao "Filho sem mãe"(1925), enfim, a um "Jardim de guerra"(1968). Era a época do "Matar ou correr"(1954). Quem seria "A próxima vítima"(1983) daquelas "Mãos sangrentas"(1955)... "Depois eu conto"(1956) mais sobre isso, pois são "Memórias do cárcere"(1984) que tiraram nossa "Alegria de viver"(1958). Mas como "Tristezas não pagam dívidas"(1944) e "A eterna esperança"(1940) é a última que morre, o cinema brasileiro mesmo não vivendo num "Mar de rosas"(1977), "Absolutamente certo"(1957) de sua "Alma gentil"(1924), proclama "Hei de vencer"(1924) e segue em frente resistindo bravamente. Com a "Pátria redimida"(1930), através do "Amor e patriotismo"(1930), a década de 90 nos reservava um "Estranho encontro"(1958). Nosso então Presidente da República, "Um cavalheiro deveras obsequioso"(1909), decreta "Braços cruzados, máquinas paradas"(1979) e "Num crime sensacional"(1913) extingue a EMBRAFILME provocando "A derrocada"(1918) do cinema brasileiro. Era "O dragão da maldade contra o santo guerreiro"(1969). O nosso cinema foi parar "Na garganta do diabo"(1960), mergulhamos numa "Noite vazia"(1964), que nos levou alguns preciosos anos. O cinema nacional foi "Enterrado vivo"(1920). E mais uma vez "O bravo guerreiro"(1968) não desistiu... Ele "É fogo na roupa"(1952). Novamente estamos de volta. Como "Agulha no palheiro"(1953) alguns filmes começaram a pipocar aqui e ali. Hoje, "Os herdeiros"(1969) dos pioneiros do nosso cinema, "Jurando vingar"(1925) os anos perdidos, oferecem a diferentes gostos um "Painel"(1950) da novíssima produção brasileira a cada ano. Não estamos mais "Perdidos e malditos"(1970), também não está "Tudo azul"(1952). Mas, segurando firme o meu "Amuleto de Ogum"(1974), "É com este que eu vou"(1948). Cinema brasileiro "Eu te amo"(1980) e "Eu sei que vou te amar"(1985) pra sempre...

Rio de Janeiro, 05 de maio de 2001.

Márcia Bessa
UM DIA VOCÊ PODE ACORDAR E PERCEBER QUE PERDEU UM DIAMANTE ENQUANTO ESTAVA MUITO OCUPADO COLECIONANDO PEDRAS!!!!

Autor desconhecido

sábado, 18 de abril de 2009


Seduzidos pela memória


"Um dos fenômenos culturais e políticos mais surpreendente dos anos recentes é a emergência da memória como uma das preocupações culturais e políticas centrais das sociedades ocidentais."


"Não há dúvidas de que o mundo está sendo musealizado e que todos nós representamos os nossos papéis neste processo. É como se o objetivo fosse conseguir a recordação total. Trata-se então da fantasia de um arquivista maluco? Ou há, talvez, algo mais para ser discutido neste desejo de puxar todos esses vários passados para o presente? Algo que seja, de fato, específico à estruturação da memória e da temporalidade de hoje e que não tenha sido experimentado do mesmo modo em épocas passadas."


Se nós estamos, de fato, sofrendo de um excesso de memória*, devemos fazer um esforço para distiguir os passados usáveis dos passados dispensáveis. Precisamos de discriminação e rememoração produtiva e, ademais, a cultura de massa e a mídia virtual não são necessariamente incompatíveis com este objetivo. Mesmo que a amnésia seja um subproduto do ciberespaço, precisamos não permitir que o medo e o esquecimento nos dominem."



Andreas Huyssen

*O termo é de Charles S. Maier: "A surfeit of memory? Refletions on history, melancholy and denial"